domingo, 28 de agosto de 2011

Nunca duvidem do Avaí



Vencer o primeiro clássico catarinense no atual formato do Campeonato Brasileiro, e na casa do adversário, tem realmente um sabor especial... inesquecível!
Abaixo, o relato histórico do Castiel, do qual até emprestei o título deste post:
Existem jogos e jogos. Alguns são apenas mais um na história do clube. Outros são a própria história. Este 3 a 2 do Avaí sobre o Figueirense vale muito mais que três pontos na tabela da Série a do Brasileiro: é um resultado sagrado; um feito que pontua um momento na existência dos clubes; que demarca superioriodade sobre o principal rival quando mais lhe foi solicitado, numa disputa entre os 20 melhor clubes do país. E que, mais uma vez, ensina: clássico até pode ter favorito, mas é uma concessão formal que não vale nos 90 minutos.
No famoso campeonato dentro do campeonato, deu Leão. Uma euforia para a torcida azul que vai se estender por semanas nas ruas da Capital e por muito tempo no mundo sem fronteiras do ciberespaço. Até o próximo encontro, neste mesmo batcampeonato, mas em outro palco, a Ressacada. Lá, um Avaí já recuperado, ou um Avaí ainda desesperado, ou até o que ninguém deseja, um Avaí já rebaixado receberá este rival novamente. E uma nova história estará aberta.
Se você escolher um roteiro para como 45 minutos na elite deveriam ser em um clássico, não haveria história mais eficiente e emocionante que o que aconteceu na etapa inicial de ontem.
Tudo que sempre se falou de um clássico aconteceu. O melhor time, mais entrosado, mais bem pensado, demonstrou mais futebol: o Figueirense. O time mais mobilizado pela necessidade, com uma vontade de vencer proporcional a sobrevivência, demonstrou mais garra: o Avaí.
Nesta combinação, o resultado do primeiro tempo, 2 a 1 para o Figueira, foi o retrato fiel dos fatos. Quando saiu o primeiro gol alvinegro, aos 18, marcado por Igor, o Figueira era senhor das ações. E poderia ter ampliado com um pênalti, mas Júlio César errou o alvo aos 26.
Foi o que bastou ao Avaí para ganhar ânimo e para o Figueira perder a concentração, a compactação e o domínio. No embalo, o Leão cresceu até empatar, aos 38, com Lincoln, o estreante.
Roteiro perfeito, tem drama, suspense, emoção e superação. Se Lincoln deu uma resposta positiva ao seu time, Júlio Cesar não deixou sua nação na mão. Aos 44 minutos. Parecia que o favorito iria triunfar.
Parecia, também, que o pênalti perdido por Júlio César não faria falta. Em clássico,qualquer coisa faz falta.
E a torcida alvinegra, mais o time do Figueira, mais a comissão técnica do time do Estreito ficou ciente disso aos 14 minutos e aos 41 minutos da segunda etapa. Como?
A resposta veio de um centroavante que, este, dificilmente falha com o Leão. William. O guerreiro. O herói. Ele estava lá, solitário, abandonado.
O Figueirense executava uma pressão histórica sobre o adversário. Agredia, maltratava, mas não marcava. Quem não faz, leva. Máxima do futebol. Num contra-ataque, isolado, Arlan descobriu um espaço, um cochilo da zaga, cruzou e William estava lá. Caixa. Empate.
Já havia festa entre os quase dois mil avaianos. Só com o empate. Imagine com o gol da vitória aos 44 minutos, novamente por William?
Explosão azul, comemoração como se fosse um título, histeria, delírio. Foi o que aconteceu e foi a imagem que deixa como senha para o futuro: nunca duvidem do Avaí, este time “faz coisa”.

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